Texto colaboração para pequeno jornal informativo aos alunos do curso supletivo. CEES da Vila Costa e Silva. Escrito por volta do mês de maio de 1998.
Titanic - uma aula de história
Provavelmente quatro em cada cinco leitores do Jornal da História, foram ver o filme Titanic. Mas para nós historiadores o Titanic, é muito mais que um grande filme. O naufrágio do transatlântico em 1912 pode nos fornecer uma boa aula de História. No início deste século, os meios de transportes modernizavam-se com muita rapidez. vive-se o auge da Revolução Industrial, que você aluno de História, ou já estudou, ou vai estudar. Construído para transportar 3500 pessoas, o Titanic media 268 metros de comprimento, 28 de largura e tinha uma altura de um prédio de dez andares. A empresa, dona do navio, a White Star Line, inglesa, utilizou estaleiros de Belfast para construir o transatlântico. Belfast fica na Irlanda do Norte. Outra lição de História do filme é mostrar que nessa época, as duas atuais Irlandas formavam um só território pertencente ao Império Britânico. Fatores religiosos vão dividir a Irlanda em Norte e Sul no ano de 1921. Isso explica uma das falas do filme, onde um personagem diz que o Titanic é irlandês pois foi construído por 1500 trabalhadores de Belfast. A Inglaterra dominava a Irlanda. Na terceira classe do navio que afundou na madrugada de 15 de abril, havia muitos irlandeses que iam tentar a vida nos EUA. Todos morreram, pois ficaram trancados nos subsolos do navio. Os problemas na Irlanda se arrastam desde o século 12 com o domínio do governo inglês, mais os conflitos entre CATÓLICOS X PROTESTANTES, que geraram séculos de guerra. Voltando ao Titanic, em 10 de abril de 1912, 1316 passageiros e 885 tripulantes iniciaram a viagem inaugural do maior navio da época, saindo do porto de Southanpton na Inglaterra rumo a Nova Iorque. À bordo, a nata da sociedade inglesa e emigrantes cheios de esperança de uma vida nova nos EUA. A divisão das classes sociais é muito acirrada na época. Só os ricos da 1ª classe gozavam todos os confortos do navio e foram eles que em sua maioria se salvaram no naufrágio. Na noite de 14 de abril o Titanic, chamado pelos seus idealizadores de "insubmergível", chocou-se com um gigantesco iceberg no maior gelado do Atlântico. Os bote salva-vidas puderam salvar apenas 711 pessoas, sendo que outras 1513 morreram afogadas, presas no navio ou de hipotermia (congeladas). Outra lição histórica, é a arrogância do homem no início do século. Seguros de que nada poderia afundar o Titanic, seus engenheiros colocaram menos botes salva-vidas por questões de aparência. Afirmavam que "nem Deus poderia afundar o Titanic". Essa arrogância, inclusive é uma das causas da Primeira Guerra Mundial.
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