sexta-feira, 12 de julho de 2013

Texto. Denúncia contra perseguição política.

ASSIM CAMINHA A PERSEGUIÇÃO POLÍTICA AO PROJETO CEFAM CAMPINAS

(Ano 2000)
            No último mês de outubro, chegou via correio a escola Sebastião Ramos Nogueira uma carta anônima fazendo uma série de denúncias contra o Cefam e seus professores. A carta foi recebida pela atual diretora e teve cópias enviadas Diretoria Regional de Ensino Leste, Secretaria Estadual de Educação e Diretório Municipal do PSDB em Campinas.
            Destilando um ódio incontrolável, a autora, que se identifica como sendo uma mãe de aluna de 3º ano, direciona sua metralhadora giratória contra professores desta escola, coordenação, direção do Sebastião, supervisores de ensino, alunos e até contra o dirigente. Fundamenta denúncias absurdas sobre prováveis atitudes de professores, em falas de alguns alunos, professores e em informações restritas ao espaço interno administrativo da escola. A suposta mãe se posiciona como defensora da Educação em São Paulo, mas nas mais de 15 denúncias contra esta escola desqualifica totalmente o trabalho de uma equipe de profissionais qualificados ao projeto Cefam. Este sim, vítima da tagarelice infundada de uma possível armação patrocinada por aqueles odeiam a atitude pouco ou nada conformista dos professores deste Cefam.
            Oito professores são nominalmente citados que supostamente, segundo esses aprendizes de arapongas do regime militar, formariam uma “máfia” que comanda a escola sob a ditadura de uma suposta militância partidária. São todos do PT! Isso segundo nossa denunciante. Se fossem do PSDB, PFL ou PMDB, tudo bem! Aqui a configuração de que há nesta nojenta iniciativa, uma pendenga política por ocasião da vitória do Partido dos Trabalhadores na cidade. Os professores citados são acusados de favorecimento, perseguição, ameaça de morte e pasmem! De controlar diretores e supervisores. A pobreza intelectual da acusação fere qualquer noção de bom senso. Utilizando uma linguagem bem elaborada, a pseudomãe de aluna deixa a todo tempo escapar que provavelmente se vê prejudicada pelo andamento da escola. Seria alguém que teria sofrido uma greve derrota política dentro da escola? Quem seria? O anonimato esconde na realidade uma covardia sem tamanho. A provocação estende-se a ameaça de apresentação de provas? Onde estariam? Quem comprovaria, por exemplo, que no Cefam, quem determina a nota é o aluno mediante ameaça? Como comprovar que professores que são funcionários na rede particular, trabalham simultaneamente no Cefam e em suas respectivas escolas? Os alunos já teriam notado?
            A carta é uma lição completa de como detonar uma “caça as bruxas”. Descontente com sabemos lá o que, a pseudomãe de aluna, resolveu “contribuir” com a Educação em São Paulo, desqualificando de cabo a rabo, um duro trabalho que vem sendo desenvolvido em circunstâncias muito difíceis. Os alunos também seriam provas de que aqui muitos profissionais se dedicam pelo projeto. Quantos professores aqui no Cefam, extrapolam seus horários, trabalhando de graça, suportando uma clientela difícil muitas vezes? Isso nossa “dedo duro” não cita na carta! Quantos profissionais dedicam-se de corpo e alma em projetos trabalhosos como Reorganização da Biblioteca, Semana Cultural, Vestibulinho etc. Ah! Isso nossa denunciante não viu!
            No que diz respeito à militância política temos a dizer que é um direito constitucional. Assim como o governo do estado se permite a também divulgar os resultados de seus projetos educacionais nas escolas, por ocasião das eleições, muitos professores se permitem a discutir política com os alunos. A partidarização não existe, afinal nossos alunos são grandinhos para se deixarem influenciar a tal ponto, inclusive pela ameaça, como citada na carta. A carta distorce fatos, cria fatos que não ocorreram, mostra uma visão de mundo pouco condizente com quem deseja “colaborar com a Educação”. Os problemas administrativos merecem investigação sim! Possíveis erros podem e devem ser sanados! Perseguição política é o que não é aceitável. A presença de comissões de supervisores na escola prova o início das investigações sobre as denúncias. Acreditamos que o anonimato se refere apenas às cópias enviadas para a escola.
            A mesquinharia torpe dos autores da carta merece uma resposta judicial. A comunidade deve se organizar e exigir provas para todas as acusações feitas. A ofensa não é só pessoal. Serve de combustível para a destruição do Projeto Cefam! Ofende pais e alunos. Ofende a diretoria de ensino e seus supervisores. Exigimos que as autoridades tragam ao conhecimento público, os autores da referida carta. Esse novo ataque ao Cefam não pode passar incólume ao desenrolar de um ano de trabalho tão complicado quanto esse!  É preciso sim acabar com essa gente que ao longo dos últimos anos vem patrocinando a decadência do ensino público em São Paulo. É necessário repudiar uma prática ressuscitada neste governo, que é a da perseguição política a todos os focos oposicionistas do sistema. É necessário discordar dos métodos pouco ortodoxos no tratamento dos movimentos sociais brasileiros, como a repressão na Paulista em maio deste ano.   Em defesa do CEFAM e da Escola Pública! A comunidade deve rechaçar toda e qualquer ameaça contra o Projeto Cefam

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