sexta-feira, 12 de julho de 2013

Texto. A "coisa!"

Em 2007 resolvi questionar alunos em uma escola particular sobre o uso excessivo para a palavra "coisa" na denominação de vários aspectos do conhecimento da História. Levei para a sala de aula, a transcrição de uma fala de Max Gehringer em um programa da CBN.

A COISA


“S
e tem uma coisa que nós falamos centenas de vezes todos os dias, essa coisa é a “coisa”. A palavra coisa. Diz o Gênesis bíblico que no princípio Deus criou todas as coisas e só depois criou o homem. Portanto tecnicamente, no princípio o que não era gente, era coisa. E isso durou até 1963 quando o poeta Vinícius de Moraes elevou gente à categoria de coisa, quando cantou no bom sentido, a Garota de Ipanema.  “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça”.  Na vida corporativa, a “coisa” está substituindo qualquer coisa. Outro dia eu ouvi um diálogo entre dois gerentes que dizia mais ou menos assim: “Quer saber de uma coisa? Para mim chega! Eu também não gosto deste estado de coisa. A coisa ta preta! Coisa de doido, nem me diga! Podes crer! Aí tem coisa!” E o pior é que um parecia estar perfeitamente entendendo o que outro estava dizendo. E este é o mal da coisa! O idioma do português que tem quase 500 mil palavras, de repente parece ter encontrado um sinônimo perfeito para qualquer uma delas; a coisa. Alguém com bom domínio da Língua Portuguesa ponderaria que a comunicação verbal e eficiente depende da espontaneidade, da técnica e do vocabulário. E um outro diria; “concordo com as coisas que o colega falou!” E todo mundo entenderia melhor o que o segundo disse, além de achar que o primeiro é um enrolador. Da minha parte sempre defendi o uso do português correto nas empresas e tenho como princípio que o segredo do sucesso profissional depende do entendimento da filosofia corporativa, que está baseada nos três pilares; primeiro entender como a coisa funciona, segundo fazer a coisa certa e terceiro, falar coisa com coisa. “

MAX GEHRINGER (consultor de empresas)


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