Em 2007 resolvi questionar alunos em uma escola particular sobre o uso excessivo para a palavra "coisa" na denominação de vários aspectos do conhecimento da História. Levei para a sala de aula, a transcrição de uma fala de Max Gehringer em um programa da CBN.
A
COISA
“S
|
e
tem uma coisa que nós falamos
centenas de vezes todos os dias, essa coisa
é a “coisa”. A palavra coisa. Diz o
Gênesis bíblico que no princípio Deus criou todas as coisas e só depois criou o homem. Portanto tecnicamente, no
princípio o que não era gente, era coisa.
E isso durou até 1963 quando o poeta Vinícius de Moraes elevou gente à
categoria de coisa, quando cantou no
bom sentido, a Garota de Ipanema. “Olha
que coisa mais linda, mais cheia de
graça”. Na vida corporativa, a “coisa” está substituindo qualquer coisa. Outro dia eu ouvi um diálogo
entre dois gerentes que dizia mais ou menos assim: “Quer saber de uma coisa? Para mim chega! Eu também não
gosto deste estado de coisa. A coisa ta preta! Coisa de doido, nem me diga! Podes crer! Aí tem coisa!” E o pior é que um parecia estar
perfeitamente entendendo o que outro estava dizendo. E este é o mal da coisa! O idioma do português que tem quase
500 mil palavras, de repente parece ter encontrado um sinônimo perfeito para
qualquer uma delas; a coisa. Alguém
com bom domínio da Língua Portuguesa ponderaria que a comunicação verbal e
eficiente depende da espontaneidade, da técnica e do vocabulário. E um outro diria;
“concordo com as coisas que o colega
falou!” E todo mundo entenderia melhor o que o segundo disse, além de achar que
o primeiro é um enrolador. Da minha parte sempre defendi o uso do português
correto nas empresas e tenho como princípio que o segredo do sucesso
profissional depende do entendimento da filosofia corporativa, que está baseada
nos três pilares; primeiro entender como a coisa
funciona, segundo fazer a coisa certa
e terceiro, falar coisa com coisa. “
MAX GEHRINGER (consultor de empresas)
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