"COMO COMEÇAR A CONTER A VIOLÊNCIA..."
Redigido em 1999!
A discussão sobre violência já torrou a paciência de todos! Paciência também não há mais para suportar a escalada interminável do caos em que vivemos! É hora de superar a simples indignação e partimos para reflexões sobre o "que" fazer, "como" e "quando" começar a mudar as coisas. Diferente do que muitos imaginam, a violência pode ser contida nas pequenas coisas do dia a dia. Em outros países, a polícia diminuiu rapidamente a violência reprimindo coisas que se achavam sem importância; pichação, pular catracas de metrô, quebrar vidraças de prédios abandonados e outros pequenos vandalismos. O problema da violência não foi resolvido totalmente, mas as coisas mudaram muito em cidades problemáticas como Nova York.
Outra "coisa sem muita importância" que devemos começar a discutir é sobre a questão do que podemos fazer dentro de casa para colaborar na diminuição da violência. Na Veja da semana passada, há uma entrevista com John Laub, sociólogo estadunidense e presidente da Sociedade Americana de Criminologia e professor da Universidade de Maryland. Se você que lê esse boletim, acha um "saco" ouvir seus pais e professores e acha que isso nada a tem a ver com a violência lá da rua, leia abaixo o que diz Laub;
Veja - Onde aprendemos a obedecer à lei ?
Laub - Em casa, com a família. A escola e a universidade são os lugares onde a socialização ocorre e esses valores são reforçados. Famílias fortes, em que pais e filhos desenvolvem uma relação de amor e confiança, são a estratégia mais eficaz contra o crime. Os pais precisam ter uma postura disciplinadora quando os filhos não seguem certas regras. Não estou falando em punição física, que podem fazer mais dano do que bem. Mas as piores coisas que os pais podem fazer é não dar limites aos filhos, discipliná-los de forma errática ou sem consistência. Isso pode causar um comportamento anti-social, deliqüênciae, mais, tarde, crime. Dito isso, quero deixar claro que o papel dos pais não é o de agentes de controle social. Precisam amar e proporcionar conforto aos filhos. Mas a questão dos limites é central.
Pois é! Podemos discordar e até tentar mudar as leis se elas não nos beneficiam. Mas antes disso, a sociedade só se mantém com a obediência das regras mínimas de convivência.
Por Doni Assis (professor de História)
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