sábado, 24 de outubro de 2015

Alunos "desenham" as aulas do prof Doni. (imagem 5)


Alunos "desenham" as aulas do prof Doni. (imagem 4)

O desenho é de 2010. Muito antes de se propagarem as orientações sobre a gestão da sala de aula, minhas aulas já possuíam diversos elementos essenciais. Um dos exemplos que constam no desenho é a "pauta" da aula no lado esquerdo da lousa. 

Alunos "desenham" as aulas do prof Doni. (imagem 3)

Uma forma criativa de começar mais um ano letivo. Flashback do ano anterior.

Uau! Nunca estive tão bonitão!

Alunos "desenham" as aulas do prof Doni (imagem 2)

A melhor forma de pensar e repensar nossas aulas é saber a fundo o que os alunos pensam e como veem o professor.

Alunos "desenham" as aulas do prof Doni (imagem 1)


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Texto sobre a transição do VHS para o DVD.


PEQUENA HISTÓRIA DO DVD
A
 velocidade das mudanças no mundo tem aumentado muito, diminuindo o espaço entre aquilo que eventualmente chamaríamos de “ultrapassado” e o que é moderno. A revolução digital de nossos dias levou pouco mais de dez anos. Hoje é humanamente impensável vivermos fora do mundo digital. A informação, o arquivamento de dados, o controle da vida, do dinheiro e toda a organização dos mecanismos sociais sem os elementos da informática nos levariam ao caos. Duvida? Imagine então o banco controlando o dinheiro apenas com o trabalho manual de seus funcionários? Nossa sociedade é tecnológica. Por mais que discordemos o processo é irreversível. Há mil anos atrás a sociedade era TEOCENTRICA! Ou seja, Deus (Teo) era o centro e tudo era explicado a partir dele, pois era a igreja que mandava. Há quinhentos anos atrás a sociedade transitou para o ANTROPECENTRISMO! Aí, o homem (Antrophos) passou a ser o centro. Surgimento dos modernos sistemas econômicos e filosóficos. No fim do segundo milênio, a sociedade chega ao TECNOCENTRISMO. As técnicas digitais comandam a vida da humanidade, por mais que saibamos que apenas uma pequena parcela dela possui acesso a computadores pessoais e seus benefícios. Exclusão social e analfabetismo ocorrem pelas vias informatizadas! Li na revista Carta Capital que menos de 5% da população mundial tem acesso à internet. Isso significa elitização! Bem, mas não iniciei este texto só para sentar a pua nas modernidades. Quero falar de um processo que neste exato instante molda uma tendência do novo milênio.Um caminho na busca da perfeição das imagens.

            Quando tiver um tempinho, olhe calmamente os produtos vendidos em uma banca de jornal. Depois verifique os folhetos publicitários dos grandes magazines e shoppings. Por fim vá até as locadoras de vídeo e verifique quem está tomando novos espaços! Sim! Se você respondeu o DVD, acertou! Mas que novidades são essas que o DVD tem a nos oferecer? Vou tentar responder neste texto, mas queria deixar claro que não estou fazendo nenhum tipo de propaganda e muito menos apologia ao modernismo imposto pela sociedade de consumo! Pra que o texto então? Apaixonado por cinema quero oferecer ao leitor detalhes que buscam cada vez mais a perfeição das imagens produzidas pela Sétima Arte!

            As décadas de 70 a 90 passadas tiveram que quase majoritariamente no mundo do entretenimento doméstico, os videocassetes. A TV reinou única até os anos 60. As fitas VHS (Vídeo Home Systen) viraram mania nos anos 80! A popularização dos vídeos foi simultânea a construção de um mega mercado de produtos relacionados. Locadoras de fitas e venda de aparelhos proliferaram pelo mundo de forma assustadora! Concomitantemente, a superação da qualidade sonora dos antigos Long Plays, que rapidamente abriu possibilidades de gravação via CD (Compact Disc), abriu também possibilidades de uma nova revolução no cinema em casa. Nos anos 90, surgem com grande intensidade, mais no exterior do que aqui no Brasil, os VDL (Vídeo Disc Laser). No formato de um LP, as imagens tinham grande nitidez superando as fitas de VHS. De custo muito alto os Disc Laser não se tornaram muito populares. Quando finalmente os CDs substituíram os LPs, temos o início da mais atual novidade do mundo tecnológico. A proliferação dos computadores pessoais e o armazenamento de programas em softwares ou CDs de dados incentivaram empresas como a Toshiba, Sony e Phillips no desenvolvimento dos DVDs. O ápice destas pesquisas ocorre com a entrada da Microsoft, IBM e Apple de olho no mercado que se abre no momento.
SURGEM OS DVDs
   N
o final da década de 90 começam a ser comercializados pelo mundo os aparelhos reprodutores de DVDs (Digital Vídeo Disc). É a mais avançada forma de reprodução de sons e imagens no mundo atualmente. Abaixo leia uma relação de dados que comprovam as inovações revolucionárias do DVD!
1 – As fitas VHS são lidas em processadores óticos (cabeçotes do vídeo). Na tela da TV você vê 280 linhas de resolução na imagem. O DVD é lido por um processador ótico (processo semelhante à leitura do CD rom de softwares no micro), são 500 linhas de resolução, ou seja, mais que o dobro das VHS.
2 – O melhor som obtido nas fitas VHS é resultante de um sistema chamado Hi Fi em vídeos e TVs estéreos! No DVD existem armazenados 6 canais a mais de sonoridade. Um sistema chamado Dolby AC 3/áudio surround, tornam tão reais os sons do filme que você tem a sensação de que os acontecimentos da tela ocorrem dentro da sua sala. Um tiro, por exemplo, tem um som de tiro real, como se ele estivesse acontecendo no ambiente que você está!
3 - A capacidade de um DVD é 26 vezes maior que a de um CD de música! Sua capacidade de gravação permite num único disco armazenar; 8 dublagens diferentes, 32 idiomas para legenda, além do filme, entrevistas, a produção do filme, trailers, trilha sonora completa, entrevistas com artistas e demais interatividades. Você pode, por exemplo, escolher a forma como quer ver o filme; tela de cinema (achatada/windescreen) e tela de tv, ângulos diferentes das imagens, seleção de efeitos e cenas.
4 – As fitas de VHS vão perdendo a qualidade com a ação do tempo! Sua reprodução significa perda de qualidade no som e imagem. Já os DVDs nunca ficam velhos e quando copiados permitem não exatamente a produção de uma cópia e sim de uma réplica. A cópia fica tão perfeita quanto a original!
5 – A indústria de DVDs elaborou um projeto ousado (e sacana!) de evitar a pirataria. Dividiu o mundo em 6 grandes regiões. Os aparelhos reprodutores serão codificados e nenhuma região terá acesso aos códigos diferentes das suas. Da mesma forma os títulos. Os que forem editados na região 4 (onde está o Brasil) não serão em outras. Não exatamente o filme, mas sua codificação de leitura. Por exemplo, fui aos EUA e comprei um filme em DVD “X”! Os EUA situam-se na região1, ao chegar no Brasil (região 4) meu DVD não será lido em hipótese nenhuma! A Gradiente está lançando no mercado um aparelho que fará a leitura de DVDs de outras regiões. Além de muito mais caro, ele não garante a leitura de todas as regiões.
6 – Se pensa que é brincadeira? De 2000 para 2001 a venda de DVDs no mundo todo aumentou mais de 500%. A indústria espera chegar a venda de 1 milhão de aparelhos só no final deste ano!
O QUE SERÃO DOS NOSSOS VÍDEOS?
   E
specialistas dizem que a vida de nossos videocassetes ainda terá 5 anos de sobrevivência! São 21 milhões de aparelhos só no Brasil. Além do mais existem títulos de filmes em VHS que por várias limitações não saíram em DVD. Mas a popularização deste último já começou e avança a cada dia! As locadoras grandes já disponibilizam 20% do seu espaço para os DVDs de locação! As grandes lojas de eletro eletrônico são inundadas por lançamentos de aparelhos de todas as marcas. E nas bancas de jornal, títulos em DVD são vendidos junto com revistas que tentam popularizar a novidade!

            Bem, não joguei fora meus discos depois que passei a comprar CDs. Quando tiver grana de sobra e puder comprar meu aparelho de DVD também não vou descartar meu vídeo e fitas! Parece inevitável não se render à novidade que comprovadamente é milhões de vezes melhor do que existe por aí! Mas devemos preservar o que acumulamos até agora! Essa linha de raciocínio terá muito sentido quando o DVD for absoluto no mercado e muitos títulos continuarem a existir apenas em VHS. A tendência nesse meio todo é a de que as grandes locadoras passem gradualmente a substituir a VHS pelos DVDs. Mas muitos de nós continuaremos a procurar aquele título raro só encontrado nas locadoras. Sendo assim, não se preocupe! Nossos vídeos e fitas estarão seguros pela própria importância que adquiriram ao longo do tempo. Duvido até me provarem o contrário se será editado em DVD um documentário chamado “Corações e Mentes” de 1974 produzido nos EUA. Um clássico cinco estrelas produzido por um cara chamado Peter Davis que mostra cenas horríveis das atrocidades cometidas pelos norte americanos na guerra contra o Vietnã! O documentário causou tanto impacto que mudou a opinião do povo norte americano na época da guerra. Ou seja, o povo passou a ser contra a guerra! Vi este filme só uma vez! Infelizmente nunca mais encontrei a fita nas locadoras que conheço. Provavelmente perdida em alguma locadora de bairro.  Da mesma forma a primeira versão do Titanic de 1953. Sem os efeitos especiais da versão premiada de James Cameron/1999, mas bem mais fiel historicamente aos fatos do triste naufrágio. Existem muitos filmes legais sumidos.

            Na minha opinião, o DVD vem acrescentar o mundo do entretenimento e não substituir as formas já existentes!  O negócio no momento, além de decidir comprar ou não um DVD é começar a mapear as locadoras que possuem acervos mais antigos! Se tiver uma aí perto da sua casa, mande-me seus dados como endereço e telefone para montarmos juntos um cadastro de locadoras onde poderemos encontrar filmes antigos e raros. Veja o informe da próxima página.

FONTES:

ARBEX, José e Cláudio Júlio Tognolli. Mundo Pós-Moderno. SP, Editora Scipione, SP, 1996.
        (Coleção Ponto de Apoio)
MARCONDES FILHO, Ciro, Sociedade Tecnológica. SP, Editora Scipione, 1994. (Coleção
        Ponto de Apoio).
VEJA, Revista. Edição Espacial “Tecnologia & Consumo”, julho 2001.
SET, Revista. Edição 113 de novembro de 1996.
SET. Revista. Edição 135 de setembro 1998.
MOVIE STAR, Revista. Edição nº 4 de janeiro de 2000.
DVD News. Revista. Edição nº 1 de dezembro de 1999.

Questão vestibulinho 2.


N
o último dia 7 de novembro, foram realizadas as eleições presidenciais dos Estados Unidos da América. Na disputa o democrata Al Gore  (atual vice-presidente) e o republicano George W.  Bush (governador do Texas). Desde a fase das pesquisas a disputa foi acirrada. Segundo a agência CNN/USA Today/Gallup, no dia da eleição, Bush tinha 47% das intenções de voto contra 45% de Gore.  Feita a apuração e uma primeira recontagem, a diferença era de apenas 400 votos a favor de Bush. Por ordens judiciais iniciou-se um processo interminável de recontagens dos votos, sob fortes acusações de fraudes e erros no processo de apuração.
                        A eleição presidencial dos Estados Unidos de 2000, entre outros significados reedita as disputas entre nortistas (ianques) e sulistas (confederados). Entre 1861 eclodiu um dos maiores conflitos armados do pais. Havia a intenção dos confederados de separar-se do norte. Motivos econômicos e sociais levaram o sul a rebelar-se contra o norte. Bush de certa forma hoje representa os estados do sul, com uma política mais conservadora do que a de Gore que é mais ao centro na sua política democrata do norte.

1.      Observando bem a charge acima do texto, leia abaixo as alternativas.
I – A inclusão de personagens de Walt Disney no desenho, significa que Mickey Mouse, Pateta, Pluto e Pato Donald também foram votar.
II – A presença do Zé Carioca (também personagem de Walt Disney), significa que as relações políticas e econômicas entre Brasil X EUA, são desiguais e de dominação por parte dos americanos.
III – O desenho de Gore atrás de Bush, significa que ele é mais lento na corrida.
IV – O autor da charge resolveu ironizar o processo eleitoral presidencial da principal potência mundial atualmente, colocando personagens das histórias em quadrinhos norte americanos, mostrando assim como ficou patético a divulgação dos resultados finais da eleição.
V – A presença de Bush à frente de Gore significa que mesmo que pequena, sua vantagem sob Gore foi freqüente desde as pesquisas.
            Agora a escolha a alternativa que for mais coerentes com os fatos históricos em questão;
a)      Estão corretas apenas as alternativas I, III, IV e V.
b)      Todas as alternativas estão corretas.
c)      Estão erradas as alternativas I, III e V.
d)     Estão corretas as alternativas II, IV e V.  (X) questão correta
Estão corretas as alternativas II, III e V.

Questão para vestibulinho.


Vestibulinho CEFAM Campinas 2000 – Avaliação de História
C
om a redemocratização política brasileira a partir de 1984, o ensino de História passou por uma série de revisões, tendo em vista que durante o Regime Militar os conhecimentos históricos eram vinculados a subversão segundo os governos militares.
            Desde então o conhecimento da História passou a ser estudado sob uma nova ótica. Ação que altera as relações em sala de aula. O aluno não deve ser mero reprodutor de conhecimentos acabados. A reflexão dos acontecimentos e dos personagens envolvidos nas tramas da humanidade ao longo de suas História, passam a ser essenciais para um entendimento da realidade.
            Segundo o que acaba de ler e num olhar detalhado do desenho acima, escolha as frases abaixo que correspondam à presença de uma nova forma de estudar História.
            I – O ensino de História nas escolas foi totalmente proibido, durante o regime militar (1964 - 1984).
                II – A professora do desenho é uma educadora atualizada e sintonizada com as mudanças do conhecimento               histórico.
                III – A História perdeu a importância nos anos de ditadura, afinal com um governo centralizado é desnecessário        conhecer esses conteúdos.
                IV – O questionamento que o aluno fez à sua professora, na realidade mostra a falta de educação e respeito aos mais velhos, característico das novas gerações de adolescentes.
                V – O novo ensino de História passou a exigir novas posturas tanto de alunos como de professores dentro da sala de aula.
Agora assinale a alternativa que mais lhe corresponder a realidade do que foi colocado.
a)       Todas as assertivas estão corretas.
b)       Apenas a I e IV estão corretas.
c)       As assertivas II, IV e V estão totalmente erradas.
d)       Com exceção da V todas estão corretas.
e)       As assertivas I e V estão corretas.
Justifique com suas palavras as alternativas que você escolheu;

Cartaz de divulgação para atividade de campo.


Estudo do Meio na “Maria Fumaça” 

Saída da escola para todas as turmas do CEFAM.

Veja abaixo o calendário:
06 de abril 14 horas para os primeiros anos
13 de abril 14 horas para os segundos anos
20 de abril 10 da manhã para os terceiros
20 de abril 14 horas para os quartos
  • Todas essas datas caem na quinta feira.
PREÇO: R$ 6,00 para o trem + R$ 2,00 do ônibus
LANCHE: Levar
-          Os ônibus sairão em frente a escola.
 ATENÇÃO SALAS DOS PRIMEIROS AOS TERCEIROS ANOS 
Ø  Ver no xerox texto sobre a História da Ferrovia e o Roteiro de atividades para o trabalho a ser entregue para o professor
Doni na disciplina de História.
Ø ATIVIDADE OBRIGATÓRIA
Ø O CONTRATO COM A ESTAÇÃO ANHUMAS, QUE ADMINISTRA AS VIAGENS DA MARIA FUMAÇA FOI FECHADO LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO A IDA DE TODAS AS ALUNAS DO CEFAM. 

MAIORES INFORMAÇÕES PROCUREM OS PROFESSORES DONI E ADRIANA

Atividade para estudos de campo.

ROTEIRO DE ATIVIDADES PARA O ESTUDO DO MEIO

“MARIA FUMAÇA”

CEFAM Padre Ismael Simões – Campinas/SP  / Professor DONI - Abril 2000

Orientações iniciais:
1ª) A atividade de observação do meio estudado é individual. Tenha no local estudado, meios para suas anotações. Fique atento a tudo que puder olhar e ouvir.
2ª) Transcreva todos os dados verificados em seu caderno. Posteriormente essas anotações lhe ajudaram a fazer o trabalho solicitado.
3ª) O trabalho deverá ser apresentado em folha de papel almaço.
4ª) Trabalhos idênticos, serão anulados.
5ª) Utilize o texto sobre a História da Ferrovia, como apoio e pesquisa ao trabalho.
6ª) Verifique abaixo, qual trabalho está destinado a sua turma.


Questões para os 1ºs  anos;
1)     A ferrovia, segundo você pôde observar, possibilita o aprendizado sobre uma série de aspectos históricos. Faça uma relação destes aspectos.
2)     Que revoluções o trem trouxe com sua invenção? Ao chegar no Brasil, quem exatamente foi beneficiado?
3)     Que fontes de pesquisa você percebeu ao longo do estudo e que na sua avaliação vão permitir aos historiadores um estudo amplo a respeito da época em que os trens eram os principais meios de transportes do país?


Questões para os 2ºs anos:
1)     Durante todo roteiro de nosso Estudo do Meio, quais aspectos lhe chamaram a atenção? Seus sentidos entraram em ação? Em que momento?
2)     A “Maria Fumaça” permite muitas “viagens” pelo conhecimento histórico. Quais objetos e construções você considerou os mais ricos neste sentido.
3)     Pelo que você viu e ouviu durante o estudo, de que forma imagina que tenha sido a vida das pessoas na época da chegada do trem no país? (releia seu texto, discuta com colegas e professor)!
4)     No raciocínio do texto de Ruben Alves, como despertar o interesse do aluno de 14 anos utilizando todo roteiro da Estação Anhumas como objeto de estudo?

Questões para os 3ºs anos

1)     Que ligações você percebeu dos aspectos vistos em nosso estudo com o cotidiano das pessoas que viveram na época áurea da “Maria Fumaça?”
2)     Todo patrimônio visto no roteiro é resultado de um longo processo de pesquisa. Do que você pôde observar, que  aspectos despertaram seus sentidos com relação à História e a prática dos historiadores?
Como você descreveria o comportamento das pessoas no período em que tudo que vimos não eram ainda, objetos de pesquisa do passado? Detalhe os objetos que melhor explicariam sua descrição.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Trabalhando com letra de música.






Professor DONI
História 2000
Escola CURUMIM
Atividade exclusiva  para 6ª 


                                                   DESORDEM
(Sérgio Britto/Marcelo Fromer Charles Gaven) Voz – Sérgio Brito 

Os presos fogem do presídio,
Imagens na televisão.
Mais uma briga de torcidas,
Acaba tudo em confusão.
A multidão enfurecida queimou os carros da polícia.
Os preços fogem do controle, mas que loucura esta nação!
Não é tentar o suicídio
Querer andar na contramão?
Não sei  se existe mais justiça,
Nem  quando é pelas próprias mãos
População enlouquecida,
Começa então o linchamento.
Não sei se tudo vai arder
Com algum líquido inflamável,
O que mais pode acontecer
Num país pobre e miserável?
E ainda pode se  encontrar
Quem acredite no futuro...
Quem quer manter a ordem?
Quem quer criar desordem?
É seu dever manter a ordem,
É seu dever de cidadão.
Mas o que é criar desordem,
Quem é que diz o que é ou não?
São sempre os mesmos governantes,
Os mesmos que lucraram antes.
Os sindicatos fazem greve
Porque ninguém é consultado?
Pois tudo tem que virar óleo
Pra tocar a máquina do estado.
Quem quer manter a ordem?
Quem quer criar desordem?

Relatório de atividade

Escola Curumim – Professor DONI/História
Trabalho: Retomada do Projeto Conhecer Campinas. Dos textos coletivos produzidos, foi necessário rediscutir questões sociais da cidade.
 


  
Sala: 6ª série

Dia da atividade: 31 de março 2000
Motivação: Música e letra dos Titãs
Música: “Desordem”
Algumas conclusões:
                                                                                                                                 
DESORDEM no país - > o que vemos e ouvimos, principalmente na TV, tem um causa maior do que imaginamos

                                                                           
                                                 - > há governos; Federal (presidente)
                                                                           Municipal (prefeito)
                                                                           Estadual (governador)
Rebeliões, passeatas, protestos, violência do povo são conseqüências da falta de seriedade dos nossos governantes.
QUESTÃO DOS EXEMPLOS: Se o professor não é pontual, como ele pode exigir isso dos seus alunos. Se os governantes não cuidam bem do lugar onde vivemos, o povo acaba seguindo o exemplo.Não é uma regra, mas acontece.
                                                  
LEIS: nosso país está cheio de leis, falta cumpri-las! O problema não é o sistema democrático!

                   OPORTUNIDADES                               maioria dos nossos presos são vítimas da sociedade. Nas cadeias a maioria dos presos são das camadas mais pobres.

DESORDEM no país                      O povo brasileiro vota errado, porque em vez de olhar com atenção o PROJETO POLÍTICO DO CANDIDATO, só olha o candidato!
 

SEM TERRA                                      aparecem muito na TV, devido as suas dificuldades                                 
SEM TETO                                        de sobrevivência, a maioria é vítima da falta       de
PERUEIROS                                     oportunidades em nossa sociedade
VENDEDORES AMBULANTES

Polêmicas sobre divulgação de notas.

                            
Ao ingressar na escola do Sítio, o professor Doni implantou alguns procedimentos burocráticos para acompanhamento do desempenho de seus alunos. Em local visível dentro das salas, foram afixados quadros de notas para que cada aluno acompanhasse seu desempenho. O professor esperava também que o ritmo avaliativo do grupo a todo instante pudesse ser verificado pela turma. Procedimentos estes corriqueiros em outras escolas atualmente.Para surpresa do professor tal procedimento não teve uma boa recepção por parte de alunos e pais. Inclua-se aí alguns colegas da equipe. Criada a polêmica o professor partiu para os esclarecimentos. Notou-se o erro da forma encaminhada por parte do professor, que deveria realizar consultas antes da afixação dos quadros. No entanto o conteúdo do encaminhamento é inquestionável tendo em vista que é direito do aluno ter acesso rápido aos seus conceitos. O encaminhamento é verificado em outras escolas, apontando-se a expectativa de autonomia do aluno que percebendo seu desempenho, sabe exatamente a todo instante se necessita estudar mais. No caso de estar bem pode ser motivado a auxiliar o colega com dificuldades de aprendizado tornado-se assim um parceiro indispensável ao professor no processo. Tamanha normalidade encarada pelo professor com o procedimento que acabou postergando a discussão dos quadros. Os argumentos apresentados contra os quadros vieram em sua maioria dos alunos. Alguns apenas não entenderam outros apostaram na revogação da afixação sem uma discussão mais profunda. “Não vi e ouvi, no entanto não gostei também”. Era a idéia de que exposto a análise constante do grupo, “alunos com dificuldades estariam sendo expostos a situações vexaminosas”(sic!). O professor identificou um discurso anacrônico aí! Por quê? Há mais de duas décadas muitos paradigmas educacionais foram removidos da academia e conseqüentemente do sistema.Trata-se por exemplo, das famigeradas “salas especiais” onde viviam alunos com as mais diversificadas dificuldades. Deficiência áudio visuais, orais, dislexias diversas, hipercinéticas entre tantas outras. O raciocíonio de mante-los escondidos em uma célula do sistema jusficava-se pela necessidade de acompanhamento específico. Resultados nem sempre favoráveis ao aluno, já que por conviver em grupos com dificuldades tão ou mais sérias que as suas viviam na limitação de um ou outro avanço. Foram os vários projetos de inclusão que iniciam um momento novo no ensino. Implodidas as “salas especiais”, os então alunos “especias” foram conviver nos grupos dos chamados “alunos normais”. Ali, obrigados a superarem barreiras e sendo desafiados a todo instante as deficiências não são curadas, mas equilibradas cognitivamente. Há melhoras sensíveis sim! Muito se escreveu e já se falou sobre isso. Um dos fatores que justificavam a existência dos quadros era manter visível a evolução (ou não) das dificuldades dos grupos e acima de tudo trabalhar com eles! Alunos nessa roda viva, acabam socializando suas potencialidades e superando barreiras, em grupo. O efeito imediato também atinge o grupo. Haveria uma tonelada de argumentos a favor da manutenção do quadro. Mas o novo professor de História acabou capitulando e atendendo a vários pedidos retirou os quadros e adaptou-se ao sistema da escola. No entanto a discussão sobre o processo da avaliação não se esgotou aí. A equipe de professores, continua a refletir sobre a questão. Por hora, prevalece o simplismo dos argumentos dos alunos que submeteram o encaminhamento a sua suspensão imediata. Ainda que o professor contra argumentasse, foi superado pela lógica do “iniciante na escola que tem muito a aprender” ou “mal chegou e já quer mudar tudo”. Manter as notas em um segredo quase confecional, lembra o professor “sugere uma idéia do perído milirar”. Segundo o professor, “o então Ministério do Trabalho do regime militar sugeria às empresas manter nos holleriths de seus funcionários a máxima; “Não divulgue seu salário a ninguém ele só interessa a você”. Por que será? Guardando segredinhos funcionais desmobilizava-se categorias e impunha uma luta torpe por aumentos salarias individuais criando acirradas lutas nos ambientes de trabalho, as vezes das formas mais desumanas. A urgência de uma discussão mais acadêmica sobre o assunto está exposta em nossa agenda de trabalho.
(originalmente publicado aos pais dos alunos da escola do Sítio em março de 2001)

Texto sobre debate aprovação X reprovação escolar.

APROVAÇÃO/REPROVAÇÃO; POSIÇÕES POLÍTICAS CONFUSAS NO COTIDIANO ESCOLAR
DNI®

O barão era um dos mais poderosos fidalgos da Vestfália, já que seu Castelo tinha porta e janelas. A sala nobre era até ornamentada por uma tapeçaria. Em caso de necessidade, todos os cães das dependências compunham uma matilha: os palafreneiros seriam-lhe de monteadores; o vigário da aldeia era promovido a padre capelão. Todos o chamavam de alteza e riam quando contavam casos”.
(Cândido de Voltaire – 1759)
 
 








Se o caro leitor já teve a oportunidade de ler esse clássico da literatura filosófica, sabe muito bem que o aparente mundo tranqüilo de Cândido irá à seqüência transformar-se numa odisséia de descobertas sobre o mundo e a vida. O jovem Cândido vai por suas inverossímeis viagens conhecer o mundo dasacomodando-o de seu calmo cotidiano. A obra de Voltaire me incomoda neste momento em que redijo este texto. O tema central deste texto é um dos mais polêmicos deste final de milênio para a escola. Desafio-me a tecer considerações que vão com certeza gerar polêmicas e posicionar-se com uma tendência que avança mais a cada dia em nosso cotidiano escolar.   Bem, mesmo assim vamos lá! Está aberto o debate!

Parece-me muito claro a lucidez de meus colegas com relação às concepções pedagógicas que movem o trabalho de alguns professores que conheço. Em meus nove anos de sala de aula, trabalhei com muitos professores conscientes da necessidade de clareza na forma de atuação em sala de aula. Alguns com uma disciplina espartana! Sempre se pautaram em suas leituras e no complemento teórico de sua graduação. Conheci também muita gente ruim. Gente que sem muita base sempre disse “amém” aos projetos estatais sem saberem exatamente o que significavam. No momento há uma questão que persegue todos os professores (medíocres ou não!) como os Búlgaros perseguiam Cândido e sua troupe. É a questão da aprovação e reprovação. Sobre os alunos que em tese “merecem” ou não “passarem de ano”. Já testemunhei muita aberração em torno deste problema. Faladas e executadas, criaram uma verdadeira neurose educacional. Neurose essa que me fez desistir do ensino público no início de 2001. Não esquecendo a questão profissional é lógico que no ensino público, que só não vou escrever aqui beirar a “escravidão” para não chocar os vários colegas que feliz (ou infeliz) mente vão ler este texto.

Como é de conhecimento público, desde 1996 a nova LDB (Leis de Diretrizes de Bases da Educação) trouxe entre várias inovações a possibilidade de adoção dos Ciclos. Desta forma os Estados que adotassem os ciclos, estariam abolindo a reprovação em todas as séries ou em outros casos nas chamadas séries terminais. Muitos estados adotaram esta prática assim como alguns municípios. Desde então a polêmica foi lançada com ferocidade no meio da sociedade. Os defensores da proposta começaram a alardear a necessidade da escola passar por uma profunda revisão. Os educadores deveriam se reciclar para esse novo desafio. Os grandes problemas da educação pareciam agora começarem a ser resolvidos. Ainda que as escolas e os professores continuassem exatamente os mesmos! Ainda que o financiamento do ensino público passasse apenas por uma redistribuição do dinheiro sem qualquer ampliação dos seus valores nominais. Ainda que os ciclos na realidade, não só colocariam o Brasil dentro de uma tendência mundial, como atendia na realidade às exigências do Banco Mundial no caso dos empréstimos para investimentos sociais. Nas escolas privadas o financiamento ainda que privado também sofreria uma reacomodamento, tendo em tese os anos de estudos dos alunos. Ora flexibilizada pela não adoção dos ciclos, ora atrofiado pela passagem demarcada nos anos de escolarização sem as tais repetências.

Passados alguns anos, a sociedade começa a colher os frutos do malfadado projeto oficial da Progressão Continuada. Pipocaram por todo país, dados alarmantes sobre as primeiras gerações formadas sob o auspício dos ciclos. O ponto alto deste diagnóstico deu-se em abril deste ano. O jornalista Gilberto Vasconcelos em matéria para a revista ISTOÉ, revelou a triste realidade de crianças na periferia de São Paulo com 12, 13 e 14 anos que mal sabem desenhar as letras e escrevam indecifráveis frases quando feito um ditado. O mesmo jornalista retornaria no mês de julho com a mesma matéria, só que ampliada, na revista Educação. Matéria de capa com a bombástica manchete; “Fracassamos Fim da repetência gera sistema que dá diplomas para jovens de 15 anos, analfabetos”. É válido lembrar que a Progressão Continuada, também foi pauta na greve de 43 dias dos professores estaduais em 2000. Greve esta que rendeu porrada em todo mundo, inclusive para o então governador Mário Covas. Bem, o fato de estar escrevendo este texto e divulgando-o é que desejo mesmo marcar posição!  Sou radicalmente contra a aprovação automática seja na rede pública ou na particular. Toda argumentação que ouço não se sustenta!

Tenho ouvido muito que a experiência dos ciclos em Porto Alegre “está sendo positiva”. Será? Quem diz isso? As informações partem de documentos oficiais e disso desconfio de muita coisa! A simpatia pelo projeto, também tem se dado pela realidade de ser a prefeitura de Porto Alegre, administrada pelo Partido dos Trabalhadores. Aqui um imbróglio político! Oras! Já vi muito educador criticar o mesmo sistema em São Paulo e elogiar o de Porto Alegre, como se falasse de coisas diferentes. O problema é que em São Paulo, o detestável governo do PSDB e a ignóbil Rose Neubauer estão à frente do projeto. São do PSDB de FHC.  Qual o problema “cara pálida?” Lá é do PT? E o PT administra bem? Então qual o problema “cara pálida?” É conteúdo ou forma? Ah! Então é a forma? Não creio! O problema é de conteúdo!

Fala-se em novos paradigmas. Fala-se em mudanças, novos comportamentos e atitudes do professor. No entanto falta também uma certa objetividade acadêmica de algumas posições.


APROVAÇÃO/REPROVAÇÃO; PEDRO DEMO FAZ CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES PARA REFLETIR.

“A visível boa intenção que existe no fundo é facilmente desfeita pela tentação de promover sem a devida aprendizagem, apelando inclusive para o argumento da sustentação da auto estima do aluno. (...) Ademais, não se cultiva a auto estima pela via do escamoteamento. A pedagógica da verdade é sempre preferível. A verdade do aluno é a aprendizagem bem feita”.
(Pedro Demo – PhD em Sociologia, Universidade Saabrúken, Alemanha. Professor Titular da UnB.).
  
Passo a tecer considerações a partir de agora, baseadas na leitura de um texto de Pedro Demo, sob o título; “Promoção Automática e a Capitulação da Escola”, publicado no caderno Ensaios da Fundação CESGRANRIO, abril/junho de 1998. Declaradamente contra a aprovação automática, o autor parte do princípio de uma Pedagogia da Verdade, tendo em vista que o aluno deve ser informado com clareza quando não aprendeu o que deveria. O autor compartilha a tarefa com os educadores, tendo o objetivo de atuação mais incisiva e comprometida no aprendizado do aluno.

Às vésperas do terceiro milênio, nossa sociedade é pontuada pelos meios multi mídias. Tudo virou mídia e a sociedade é reconhecidamente tecnológica, por mais que a mesma tente humaniza-la estabelecendo novas relações e concepções de mundo. O humanismo não sobrevive ao mercado! Nossos alunos queiramos ou não vão enfrentar a crueldade e desumanidade dos vestibulares e dos processos seletivos, seja por emprego, seja por acesso a cursos específicos. A TV, o cinema, os jornais e revistas e demais processos de maturação informativa colocarão nossos alunos no alvo do consumo, do imobilismo político e na necessidade de sobrevivência não só pelo trabalho, mas na própria qualidade de vida. De vez em quando ouço um “Ah! Do que vai adiantar nosso aluno aprender” x “ou” y “...”, sendo assim não importa reprovar o aluno em determinado conteúdo. Não se questiona aqui a necessidade de uma educação puramente informativa de conhecimentos. Segundo Pedro Demo, tratamos sim de “ao lado da competência formal, deixando-se de lado a competência política”. É a velha máxima; “Saber é poder”.

Em São Paulo, a Progressão Continuada produziu uma geração de nanicos intelectuais. Os resultados do SAEB (Sistema de Avaliação do Ensino Básico) tem sido alarmantes. A trupe do PSDB passou desde então a procurar os “culpados” pelo não sucesso do projeto. Recaíram sob as costas dos professores as ineficácias do sistema. Em matéria no jornal Folha de São Paulo (29/11/2000), os dados do SAEB revelaram queda também nos dados das escolas particulares. “A escola particular é chata! O aluno é cada vez mais dispersivo e indisciplinado. A escola não se reciclou, o professor interage pouco com os alunos, os conteúdos devem ser decorados, as matérias são distantes da realidade”.Afirmou Paulo Renato, ministro da educação. E o sistema ministro? Nenhuma crítica?

Voltando as considerações de Pedro Demo, ele é contundente numa questão que tem sido freqüente nas rodas de discussão sobre aprovação/reprovação. A questão da auto estima. Ele critica o fato do fracasso escolar gerar abalos na auto estima do aluno. Defendendo a idéia de uma Pedagogia da Verdade com o aluno, o autor chama a atenção para um aspecto, meio ausente nas análises sobre à auto-estima; “O aluno que não aprende necessita absolutamente saber disso. (...) se o aluno não formar consciência crítica em torno de sua aprendizagem, propende a formular uma atitude indefinida e que favorece, ainda mais, o fracasso escolar”. Ao meu ver, uma dificuldade muito grande para nós educadores é a exatidão diagnóstica do aprendizado do aluno. É um campo a ser avançado com muita discussão e leitura. Temos alguns pontos norteadores, ao avaliar nossos alunos com certo grau de aprendizado. Mas aqueles com dificuldades muito grandes ou especiais merecem elevado cuidado de análise. Análise esta que acaba relevando a discussão da aprovação ou não. É a certeza do aprendizado que importa! Fico numa angustiante dúvida. Será que o aluno, constantemente “empurrado” para frente sem aprender nada, favorecido pelas benesses do sistema não estaria retardando seu processo natural de recuperação? Será que Pedro Demo não está coberto de razão quando associa a idéia de capitulação da escola, que de certa forma acaba desistindo do aluno ao “cicla-lo?” Outro ponto polêmico, inclusive colocado em nossas reuniões de HTPC. O aluno teria dificuldades estruturais e de certa forma “deu tudo que podia dar” mas não conseguiu aprender. No texto de Demo há o questionamento da existência concreta dos diagnósticos precisos feitos pelos educadores. Existira pelas condições existentes, principalmente na escola pública, uma atitude imprecisa de “chute” por parte dos professores. Excesso de aulas, formação precária, escolas sem recursos e toda uma situação desfavorável dos educadores que tem essa tarefa de realizar um diagnóstico preciso do aluno.

Propondo-me a um trabalho transparente, fico imaginando nessa geração de crianças e adolescentes empurradas em seu período escolar. As dificuldades extremas que vem acumulando, vai ao certo ter um reflexo grave no futuro. E a auto-estima deles do futuro? Só a de agora é a que importa? Não vão se sentir lesados? As teorias que apontam melhoria para os alunos que são ciclados, não teriam o campo de análise muito limitada, já que o sistema é recente no Brasil? Os dados revelados pela grande imprensa, que mostram uma geração de jovens intelectualmente limitados não são mau presságio? De que forma a sociedade vai continuar se comprometendo com essa geração, se as bases continuam as mesmas. Cicla o aluno hoje, mas os vestibulares continuam excludentes. E dá-lhe cursinho! Cicla o aluno hoje, mas o mercado de trabalho exige os melhores dos melhores. Os que sabem mais, os que estudam mais e os de melhores notas.

O espaço destinado a este texto não me permite avançar mais. No entanto, minhas principais colocações já foram feitas e penso ter reaberto debate. Fico preocupado com nossos alunos no futuro. Penso aqui inclusive em meus alunos da escola pública. Os pedagocratas de plantão na realidade comungam com projetos estatais visando garantir financiamento para suas ações “sociais”. Num caderno de mais de 20 páginas, a prefeitura de Porto Alegre mostra dados sobre os Ciclos adotados por aquelas bandas. Poderia ser a redenção de minhas leituras e eu passaria a pensar; “pôxa, olha aí como os ciclos deram certo lá...” Como o faria? É um documento oficial com diversos teóricos defendendo os ciclos como solução essencial aos problemas educacionais. Fico pensando não só na teoria da coisa. Queria saber melhor como é o cotidiano das escolas onde os ciclos foram adotados. Será que os jovens e adolescentes portos alegrenses são diferentes dos paulistas? E os professores? Os problemas? Enfim, passam a idéia de quase 100% de eficiência. Continuo sem referências ainda para mudar meu ponto de vista. O texto de Pedro Demo aqui comentado é meu referencial básico. Não uma realidade final, mas um conjunto de questionamentos a serem refletidos por muito tempo.

Bem, chego ao final deste texto pensando que se você leu tudo e sobreviveu sabe lá o que está pensando. Quero sim polemizar! Como não é um texto inédito e muita gente já leu, já recebi muitas pauladas por causa dele! Já me chamaram de “direitoso”, atrasado, tradicional (como se essa palavrinha abalasse um Historiador), revoltado e outras bobagens! Então ta, se é pra descordar dessas idéias que não exclusividades minhas, então que argumentos se apresentam? A polêmica está lançada! Escreva suas idéias e mande-me! Vamos discutir? Ah! Sobre ser chamado de “direitoso” e até de positivista, queria esclarecer que de tanto ver teórico de esquerda despreparado e confuso é que passei a admirar alguns pensadores de direita positivistas. Não pelas idéias que apresentam e sim pelo brilhantismo de suas argumentações. Coisa que muitos de nós “moderninhos” gestados nos modernismos esquerdistas dos anos 80, nunca conseguiram muito bem encaminhar! Isso me obrigou a ler mais e pensar! Pensar! Putz que legal! SOU UM PROFESSOR QUE PENSA!!!!!!!!!! 

BIBLIOGRAFIA

AZEVEDO, José Carlos de Almeida, Conteúdo e Forma, Tendências e Debates, “O sistema de ciclos, que elimina a repetência, é uma boa alternativa para a educação?”, Jornal Folha de São Paulo, p-3, 7 de outubro, 2000.

BENCINI, Roberta. Vergonha Nacional. Revista Nova Escola, nº 137, p-16 – 22, Fundação Victor Civita, novembro de 2000.

DEMO, Pedro. Promoção Automática e Capitulação da Escola. Ensaio: avaliação e políticas públicas em Educação, abril/junho 1998.

NASCIMENTO, Gilberto. O fracasso de todos nós. Revista Educação p-36-44, nº 231, julho de 2000.

PORTO ALEGRE, Prefeitura Municipal de.Caderno de Formação em debate. Ciclos. 2000.


VOLTAIRE, Cândido ou o otimismo (1759). Introdução de Riccardo Campi, Clássicos Econômicos Newton, 1994.