sábado, 19 de outubro de 2013

Sandra

O ARTIGO ABAIXO FOI ORIGINALMENTE PUBLICADO NO BLOG donideias009 em 6/6/2010

Organizar um texto rápido sobre a carreira de Sandra Bullock seria interessante, ainda que recortássemos o tempo focando apenas 2010. Por Um Sonho Possível, ela ganhou o Framboesa de Ouro como pior atriz do ano. Irônicamente, indicada como candidata aoOscar como melhor atriz, acabou levando a estatueta mostrando as distorções de análise da carreira da atriz. Mas Um Sonho Possível pode servir também de ferramenta de análise para outros temas. Solidariedade, oportunidade, reconhecimento, filantropia etc… Está tudo lá  na biografia filmada de um dos astros do futebol americano Michael Oher. Mas meu olhar sobre o filme focou um dos espaços que auxilia no entrecruzamento dos tais “sonhos possíveis”, a escola. Se há generosidade de sobra na família Tuohy, a mesma falta no Colégio onde o jovem negro é levado para os estudos sem as mínimas condições. Barrado a todo instante pela falta de médias mínimas, de “QI”, de notas, Michael só tem futuro na visão de seus professores, para o esporte. Comovente nas cenas iniciais, a iniciativa da professora de Biologia ao propor um levantamento sobre o que aprenderam seus alunos nos anos anteriores. Michael entrega a prova em branco. No verso de uma das folhas, um barquinho desenhado com traços infantis de um  ”homem palito” dentro dele sorrindo. Às custas de muita insistência com o aluno, professores que teimam na busca de métodos alternativos para acolhê-lo, Michael vence os desafios que poderão torná-lo um jogador profissional de futebol americano, bancado pelo sistema de ensino superior estadunidense. Lá como cá, são profundas as dificuldades de acolhimento de alunos distantes do modelo “ideal”. Modelo esse ultrapassado e decadente, independente da economia e cultura de países ricos como os EUA.

O Apanhador...

O ARTIGO ABAIXO FOI ORIGINALMENTE PUBLICADO NO BLOG donideias009 EM 15/06/2010


Dias atrás fiz uma das últimas avaliações do meu curso de Pedagogia. Em um “insight” criativo, os professores elaboraram uma questão única, a partir de um fragmento do famoso livro de J.D. Salinger, O Apanhador no Campo de Centeio. Eis o trecho; “Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos bricando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto – quer dizer, ninguém grande – a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o que eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso que ia fazer o dia todo. Ia ser só o apanhador no campo de centeio e tudo.” (pág. 168) A questão serviu de base para reflexões múltiplas sobre violência escolar, inclusão, dilema reprovação X aprovação automática e escolas que mais rejeitam do que acolhem. O contexto do fragmento no livro, se passa em um diálogo do jovem Holden Caulfield de 17 anos ao falar de seus sonhos. Rebelde, anarquista e questionador, dilacera a transição para a adolescência. Mas o livro é um dos principais enigmas literários do século XX. Escrito em 1951, seria apenas mais um bom romance. Com o passar do tempo, além de muito lido, tornou-se base para um tipo de cultura jovem. Extraí do Wikipédia, uma lista de curiosidades do livro, que o torna uma lenda da cultura pop do século passado:  “O assassino de John Lennon, Mark David Chapman, carregava este livro consigo no dia em que cometeu o crime. Segundo testemunho do próprio Chapman, estava lendo o “Apanhador no Campo de Centeios”, minutos antes de tentar o suícidio e da obra teria tirado inspiração para matar John. Outro fato curioso é que o atirador que tentou matar Ronald Reagan em 30 de abril de 1981, afirmou a mesma coisa, ou seja, que teria tirado do livro a inspiração para matar o presidente Reagan. No filme “Teoria da Conspiração “, Mel Gibson faz o papel de um motorista de taxi psicótico, que acha que todos estão contra ele, ele possui uma compulsão, comprar diariamente um mesmo livro, “o Apanhador no Campo de Centeio”, em sua casa existem milhares de exemplares dessa obra, por conta de uma dessas compras ele é descoberto por seus inimigos e quase acaba morto.” Outras curiosidades giram em torno do escritor do livro, J.D. Salinger. Com o sucesso do livro, Salinger tornou-se recluso e avesso a aparições na mídia. Nenhuma outra obra do autor  teve a mesma repercussão do “O Apanhador no Campo de Centeio.” Salinger faleceu em 28 janeiro deste ano e levou consigo as impressões sobre o sucesso e a influência de sua obra principal. Há um filme com Sean Connery, Encontrando Forrester que trata da reclusão de um famoso escritor. Relembrando os diálogos do escritor com um garoto negro de periferia, sugere-se o que se diria ou perguntaria a J.D. Salingercaso se conseguisse tamanho acesso ao autor se ainda estivesse vivo.  
fontes:
SALINGER, J.D., O Apanhador no Campo de Centeio. Editora do Autor.