O ARTIGO ABAIXO FOI ORIGINALMENTE PUBLICADO NO BLOG donideias009 em 6/6/2010
Organizar um texto
rápido sobre a carreira de Sandra Bullock seria interessante,
ainda que recortássemos o tempo focando apenas 2010. Por Um Sonho Possível, ela ganhou o Framboesa de Ouro como pior atriz do ano. Irônicamente,
indicada como candidata aoOscar como melhor atriz, acabou levando a estatueta mostrando as distorções de
análise da carreira da atriz. Mas Um Sonho
Possível pode servir também de ferramenta de análise para outros temas.
Solidariedade, oportunidade, reconhecimento, filantropia etc… Está tudo lá
na biografia filmada de um dos astros do futebol americano Michael Oher. Mas meu olhar sobre o filme focou um
dos espaços que auxilia no entrecruzamento dos tais “sonhos possíveis”, a
escola. Se há generosidade de sobra na família Tuohy, a mesma falta no Colégio onde o jovem negro é levado para os estudos
sem as mínimas condições. Barrado a todo instante pela falta de médias mínimas,
de “QI”, de notas, Michael só tem futuro na
visão de seus professores, para o esporte. Comovente nas cenas iniciais, a
iniciativa da professora de Biologia ao propor um
levantamento sobre o que aprenderam seus alunos nos anos anteriores. Michael entrega a prova em branco. No verso de
uma das folhas, um barquinho desenhado com traços infantis de um
”homem palito” dentro dele sorrindo. Às custas de muita insistência com
o aluno, professores que teimam na busca de métodos alternativos para
acolhê-lo, Michael vence os desafios que
poderão torná-lo um jogador profissional de futebol americano, bancado pelo
sistema de ensino superior estadunidense. Lá como cá, são profundas as
dificuldades de acolhimento de alunos distantes do modelo “ideal”. Modelo esse
ultrapassado e decadente, independente da economia e cultura de países ricos
como os EUA.